Filho de empresário divinopolitano "Zé Melão", irá a júri popular.


Gustabo bittencourtO administrador de empresas Gustavo   Henrique Oliveira Bittencourt, de 25 anos, responsável por um acidente em 2008 na Avenida Raja Gabaglia, no Bairro Belvedere, na capital, em que invadiu a contramão com um Honda CVR e bateu de frente num Citroën Xsara, matando o empresário Fernando Felix Paganelli de Castro, de 48, deverá ir a júri popular. Foi o que decidiu, na terça-feira passada, a 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília, ao aceitar recurso do Ministério Público de Minas e cassar decisão do Tribunal de Justiça do Estado.
O STJ decidiu que o homicídio seria doloso e, portanto, teria que ser julgado pelo Tribunal do Júri de BH, que BH havia sentenciado, em outubro de 2009, que Gustavo seria submetido a julgamento popular por homicídio com dolo eventual.
Segundo as investigações, após sair de uma boate, Gustavo teria subido em alta velocidade a avenida, atingindo o carro do empresário, que morreu na hora. Na época, ele chegou a ficar preso por mais de 80 dias, sendo beneficiado por habeas corpus no STJ. A defesa recorreu e, em julho de 2010, a 3ª Câmara Criminal do TJMG decidiu que Gustavo teria cometido homicídio culposo.
Contra esta decisão, o MP interpôs recurso ao STJ, tendo conseguido que o STJ restabelecesse agora a primeira decisão do II Tribunal do Júri, determinando a submissão de Gustavo ao júri popular. Todos os ministros da 5ª Turma do STJ, seguindo o voto do relator Jorge Mussi, entenderam que Gustavo teria cometido o homicídio com dolo eventual e que, por isso, seria necessária a sua submissão a um júri popular. Com a nova decisão, o processo volta a tramitar no II Tribunal do Júri de BH, mas ainda não tem data definida para ser julgamento.
Gustao é filho do empresário divinopolitano conhecido como Zé Melão.

Em minas Gerais quase 30 mil casos de crimes de trânsito ainda sem punição. 

Há um ano e um mês, o empresário Fernando Paganelli, 48, morria em um acidente de trânsito na avenida Raja Gabaglia, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. De lá pra cá, a família dele sofreu outras perdas, que de alguma forma têm relação com a tragédia. Enquanto isso, o acusado de ter provocado o acidente, o administrador Gustavo Henrique Oliveira Bittencourt, 23, aguarda a sentença da Justiça em liberdade. O drama vivido pela família Paganelli é apenas um dos milhares de casos que expõem a demora da sentença final da Justiça e a consequente impunidade nos casos tidos como crimes de trânsito.

Enquanto 11.052 novos processos e inquéritos foram distribuídos pelas comarcas de Minas Gerais no ano passado, apenas 3.134 casos - entre novos e antigos - foram julgados. No total, já são 29.247 ocorrências em andamento ou que ainda não foram julgadas no Estado. Para o juiz José Martinho Nunes Coelho, da 3ª Vara Criminal do Fórum Lafayette, a demora para a decisão final é causada pela própria legislação, que permite prazo para recursos em cada instância. Entretanto, ele acredita que o maior problema é a falta de fiscais nas ruas. "Existe o Código Brasileiro de Trânsito, mas não há fiscais para impedirem as infrações administrativas de trânsito. Você viaja o Brasil inteiro sem parar em qualquer blitz. As leis poderiam ser suficientes se existisse fiscalização", afirmou.

O certo é que o trânsito mata cada vez mais no país. Somente em Belo Horizonte, 227 pessoas morreram em acidentes no ano passado. Na ocorrência da avenida Raja Gabaglia, Fernando Paganelli ia para o trabalho, no dia 1º de fevereiro, por volta das 4h, quando foi atingido pelo Honda CVR dirigido por Gustavo Bittencourt, que estava embriagado, em alta velocidade e na contramão, segundo a Polícia Militar. A Justiça agiu rápido para garantir uma indenização aos filhos e à viúva de Paganelli, mas o acusado de provocar o acidente está em liberdade, apesar de não poder dirigir, já que sua carteira de habilitação está anexada ao processo.

Enquanto Bittencourt está solto, sem a Justiça ter definido se ele irá a júri popular, os filhos de Paganelli - Bruno, 16, e Vítor, 14 - viram a mãe deles, Ana Cristina, sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) em agosto do ano passado e ficar com a fala comprometida, além de ter perdido o movimento do braço direito. Como ela não consegue assinar os documentos, o inventário do marido está parado. 

Apesar de receber a indenização de R$ 3.733,33, paga pela empresa de Bittencourt, a família de Paganelli tem a renda comprometida por causa das inúmeras despesas médicas de Ana Cristina. Como se não fosse o suficiente, o pai de Ana Cristina ficou doente e morreu na semana do Carnaval, aumentando ainda mais o sofrimento dos filhos, que perderam o pai, o avô, viram a mãe sofrer um problema de saúde e tiveram que sair da casa onde moravam por dificuldades financeiras.

Fonte: Internet



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