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A isenção de pagamento do Imposto Territorial Rural em áreas de preservação permanente e de reserva legal, contudo, não é novidade e teve previsão, primeiramente, no Código Florestal de 1965 e, posteriormente, na Lei de Política Agrícola de 1991.
Anteriormente ao Código
Florestal de 2012, havia necessidade do registro da área de reserva legal
na própria matrícula do imóvel rural junto ao registro de imóveis, posição essa
que foi adotada pela Receita Federal e que também se firmou no Judiciário em
reiteradas decisões do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Contudo, a posição atual do STJ
foi tomada quando ainda não vigia o atual Código
Florestal e sequer existia o CAR.
As mais recentes decisões do STJ,
ainda do final de 2016, não enfrentaram o mérito da questão da desnecessidade
de registro imobiliário prevista no CAR, sob o argumento, na maioria das vezes,
de que a matéria não fora debatida nas instâncias judiciais inferiores,
impedindo esse Tribunal de apreciar as alegações sobre a questão.
Portanto, para o STJ, ainda é
necessária a averbação imobiliária para que o contribuinte possa gozar da
isenção tributária em análise.
Já a Receita Federal refere que é
necessário para fins de isenção que o contribuinte apresente o Ato Declaratório
Ambiental (ADA) ao Ibama anualmente e o registro no CAR, excetuando as áreas
que já se encontrem averbadas na matrícula do imóvel. A exigência da ADA parece
superada, primeiramente por uma mudança na Lei 9393/96 e
ultimamente pela própria vigência do Código
Florestal de 2012.
Por tudo isso, ainda se verifica
certa instabilidade na questão, muito embora o contribuinte, inegavelmente,
pela Lei de Política
Agrícola, da Lei 9393/96 e
pelo Código
Florestal de 2012, todos combinados sistematicamente, tenha assegurado o
direito à isenção de ITR
sobre as áreas de RL e de Preservação Permanente, mas agora, pela simples
declaração dessas no CAR.
Publicado por: Maurício Fernandes